terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Histórias de D.Inês - O bicho do Olho de Prata e Seu Ninguém. (Parte I)

Seu Ninguém saiu pelo mundo para encontrar o fim do mundo.
Quando ele pegou o navio no mar foi ele, e dois amigos e o navio cheio de comidas e dinheiro. E o navio partiu. No centro do mar o navio montou em um rabo de um peixe que não tinha começo e nem fim.
Chegando a uma ilha lhe faltaram comida e água, nesta ilha as casas eram de pedra, Seu Ninguém bateu em uma porta e abriu um homem de um olho só, esse homem era o Bicho do Olho de Prata o convidou a entrar “entre, fique a vontade”, todo amistoso dizia o Bicho do Olho de Prata, e perguntou o nome dos três homens “eu sou Seu Ninguém esse é Mané e este é José.
O bicho falou “Seu Ninguém me dê um homem desses...”.
E comeu o homem dizendo “hoje foi Mané, amanhã será José e por derradeiro é Seu Ninguém”.
No dia seguinte o Bicho do Olho de Prata comeu José e disse “ontem foi Mané, hoje foi José amanhã será Seu Ninguém”.
Seu Ninguém então fugiu no navio e voltou para trás, o navio voltou a montar no rabo do peixe que não tinha começo nem fim. Seu Ninguém disse assim com ele rabado “peixe não tem fim e nem acabamento, o mundo também não tem fim e nem acabamento!”
Partiu mundo afora ele com seu navio enrabado no peixe...

D.Inês contadora de histórias, vive em Conde-Bahia

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O Arrozal

O arrozal era um lugar maravilhoso encantador, cheio de água, verdinho, fresquinho, limpo, a água era fria e fresca, eu nesta época, estava mais ou menos com oito anos de idade, e para mim era uma coisa tão linda, cheia de aventuras eu entrava neste arrozal desprendida de qualquer medo e qualquer perigo, encantada com tanta beleza,me adentrava,chupando o leito do arroz em broto, bem verdinho, o arroz e um leite, me sentia tão feliz, passava horas perdida no arrozal, observava os pássaros, e me absorvia na inocência dos ninhos de passarinho, muitas vezes espremia o arroz na boca deles, infinitamente famintos.
Eu caminhava muitas horas olhando e mergulhando nesta água do arrozal, às vezes me deparava com serpentes, algumas eram lindas, sabia que teria que ter muito cuidado, não invadir o espaço delas, mantinha uma distancia relativa, uns 60 cm ou sair em disparada.
Ao longe eu escutava a voz do meu pai, as mulheres que cortavam o arroz, muitas vezes cantavam, ou discutiam,...
Assim passava o tempo, juntos, irmãs, irmãos, primas, primos, amigos, amigas, ocupávamos nosso tempo de férias, brincando e tomando banho no Capim-Açú.