ESCUTAR, silenciar, provar, saborear, poder parar estar, sozinha, encantada com o que vê e observa todo o tempo não e nada, só o momento mágico de poder presenciar, tão enlevada que nem se percebe, quase nem respira, enquanto saindo bem lentamente, a borboleta esforçando-se, tão molhada e encolhida encantadora .....respirava.
Para não atrapalhar o nascimento de uma borboleta eu controlava meu ritmo respiratório, eu nem conseguia respirar, ela com tanta vontade de vivEr... Respirava e inspirava, compassadamente. Assim inflando e se oxigenando estirava as asas, as patas, tudo espaçadamente, não sei quanto tempo eu consegui me manter, só olhos, a minha alegria era tanta...
Sentia-me em deslumbramento paradisíaco, consegui ver toda a metamorfose. Desde o principio quando as borboletas se acasalaram. Quando mamãe me mostrou a planta, e que olhei as folhas,sentei-me e observei o movimento das borboletas, quando pousaram e colocaram os ovos,levei para dentro de casa o ramo com as folhas,todos os dias eu olhava,vi no exato momento quando uma minúscula lagarta saiu,era um pedaço de linha de milímetro, ai começou a comer, comer e comer cresceu a comilona, ficou grande d o tamanho do meu dedo mindinho, era assim.
Depois que saiu do ovo era assim, depois que devorou as folhas já bem gorduchinha, linda coloridinha, saiu caminhando e depois escolheu um lugar e parou ai, pronto, paradinha, quieta, estagnada,eu olhando,queria ver como era a passagem de lagarta para casulo, bem e um acontecimento que mesmo olhando,e vendo,parece milagre, o milagre da transformação,um estremecimento gira,gira a pele colorida vai saindo e um líquido esverdeado vai formando o casulo, no final adquire uma forma especial, cor verde com pontinhos dourados, mais uma semana de observação e ai nasce à linda borboleta.
Agradeço a minha mãe Cleópatra ,quem me deu de presente um casulo dentro de uma caixa de fósforo.
